domingo, 9 de março de 2014

Uma escola inclusiva, é uma escola com boa vontade!

Esse ano a Nina completou 5 anos! Deu aquele frio na barriga... Ela virou uma criança e não é mais um bebê! Pra uma criança especial, a fase de bebê é aquela disfarçável, aquela que nós pais não precisamos dar muitas satisfações pois tudo é mesmo meio normal...  Não falar, não andar, não comer... Todos passam por isso...Mas, quando vira uma criançona mesmo, as perguntas mudam, e as respostas precisam ser bem pensadas.
Sempre fui do ponto de vista que os problemas precisam ser discutidos e debatidos, pra que todo mundo se entenda e se ajude... Mas, é nessa fase que vão acontecer os 1ºs conflitos mais sérios na escola.
O drama se resume no fato da escolha entre a Escola Especial X Escola Normal... 
O mais fácil e mais confortante a se fazer seria nós de fato coloca-la numa escola especial... Onde ela teria toda ajuda necessária, conviveria com crianças "iguais" , e... INVOLUIRIA... Imitaria crianças que possuem comportamentos repetitivos e obsessivos que ela talvez já os tivesse superado. Ao mesmo tempo, teríamos a certeza que todo o tempo que ela estivesse lá, ela estaria sendo assistida, estaria aprendendo... 
Na escola normal, a história é bem diferente... Ela É a criança diferente, a que precisa correr atrás de seus objetivos. Mas, que nós como pais precisamos de algo MUITO nobre chamado boa vontade. Sim, porque não existem pessoas capacitadas a lidar com crianças especiais, existem pessoas com boa vontade... E sinceramente, isso basta. Para o caso da Nina, é suficiente e não é dificil.
Quando começamos a nossa jornada pouco entendíamos também de técnicas e formas de se " manipular" uma criança autista, e nós aprendemos. Então, podemos ensinar à todos que queiram nos ajudar a levar a Nina adiante.
Temos uma escola assim. Uma escola que desde o começo nos ajudou, e que pegou o caso pra si. Sentamos, nos reunimos, resolvemos. O trabalho multi disciplinar, junto com as terapeutas, a adaptação das tarefas, o envolvimento do professor, auxiliares , coordenadores é ESSENCIAL. O esclarecimento pros colegas é muito delicado e necessário... eles são o fator decisivo e agregador da aceitação dela... Perguntas como " Por que ela chora tanto?" Por que ela não faz xixi sozinha" precisam e devem ser respondidas. Os educadores precisam buscar nas próprias crianças, a ajuda que precisam na manipulação... fazemos isso no meio familiar e social e funcionaaa!!! Muito! Pra educar uma criança autista, é preciso abrir o caso, pedir ajuda, trocar ideias e traçar um plano. 
Nada disso seria possivel sem o passo inicial: o reconhecimento da condição, a aceitação da causa e a execução do combinado.
"Uma criança autista no meio de um monte de crianças normais numa sala de aula é um presente de " humanidade", uma aula prática de como a vida deve ser pra todas aquelas crianças..."  Foi assim que uma mãe de um colega da Nina me definiu... E é mesmo... ( e eu que também já pensei diferente... Sorri e chorei.) 
Fotos tiradas pela professora da Nina esse ano, Silvia Fruggis e pela professora do ano passado Fernanda Nogueira.